Meu caro Enrique...



    Eu tive a chance de conhecê-lo em uma festinha de aniversário. Você devia estar com uns nove ou dez anos. Chamou minha atenção pela faceirice que caracterizava a sua forma de comunicação com os outros meninos. Também com as meninas. Um rapazinho que transbordava pureza. Que levava nas mãos, para o aniversariante, um bom presente. Mas o que mais marcava era o sorriso acompanhado de indisfarçável carinho.
    Tive certeza, desde esse primeiro momento, que ali estava um menino bom. Um sujeito bom. Um ser humano de elevada grandeza. Sabia ser criança mas, ao mesmo tempo, deixava transparecer a promessa de se tornar um extraordinário cidadão. Sensível, delicado, carinhoso... Amigo... Atencioso... Inteligentíssimo... 
    Eu até podia vê-lo no futuro... Com seus 25 anos... Um médico, um dentista, um advogado, um professor... Um jornalista talvez... Eu não podia ter certeza quanto às suas escolhas na idade adulta... Conseguia, porém, enxergar um cidadão semeando e colhendo bons frutos... Bons ensinamentos... Bons exemplos.
    Confesso a você, Enrique Garcias Ribeiro, que as minhas certezas eram sempre muito positivas. Eu só conseguia vê-lo transitando alegremente, através dos anos, nas melhores paisagens. Nas pistas de skate, nas universidades, nos campos de futebol, nas corridas de bicicleta, no cenário profissional... Eu só conseguia vê-lo alegrando pessoas... Alegrando até multidões. 
    Não sei como foi possível eu me enganar tanto. Acho que, ao vê-lo sempre tão animado, fiquei imune à imaginação de que algo desagradável pudesse ocorrer em seu caminho. Enrique Garcias Ribeiro, menino querido, amado, um anjo de treze anos... Você resolveu partir, no entardecer de um domingo (22/12/2013), atendendo talvez chamado para compromissos que ainda não entendemos.
    Um beijo para você, menino lindo, de óculos, magrinho mas esperto como ninguém. Um grande beijo. Um abraço. Cheio de calor. Cheio de amor. Você conseguiu isso de mim. Conseguiu isso de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Conseguiu isso do mundo em apenas treze anos. Vai conseguir algo ainda mais precioso nos céus. Que DEUS o tenha no melhor espaço. (24/12/2013)
  
(Autor: Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais Nº 9610/98)

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