O que nos tira o prazer do passeio

 


    Na tarde de quarta-feira (13/7) fui a Coqueiros do Sul, acompanhado da minha mulher, para levar presentes a sobrinhos/afilhados que aniversariam em julho. Sim... Tiramos esse tempo, trabalhando muito antes do amanhecer, para nos fazer presentes a momento importante da vida de três dos nossos mais queridos. Em retorno a Carazinho, no nosso Fiat 500, veículo modesto e de baixa potência, vínhamos falando sobre a alegria que tivemos o privilégio de proporcionar naquele passeio. Mas algo estava a nos espreitar à beira do caminho. Em um ponto da BR-386, próximo à antiga praça de pedágio, alguns agentes da PRF, escondidos estrategicamente atrás de galhos e folhas de árvores, estavam atentos à ordem de flagrar alguém que, porventura, não acatasse algum ítem previsto na "lei do faturamento rodoviário". Felizmente: eu e Aline somos até demasiadamente dóceis àquilo que, mesmo fruto de notória incoerência, é imposto pelo poder dominante... Pelo poder sustentado do que extrai dos nossos bolsos. Inclusive por aquilo extraído sob suposta forma de controle e/ou conscientização. Sim... Somos dóceis até esse ponto. Mas pensamos... Por quê escolher a hora do maior movimento - quando operários e profissionais de diferentes áreas retornam para suas residências depois de um dia de estafante trabalho - para fazer aquela tocaia??? E você sabe que esse não é um caso esporádico. A PRF - assim como outros órgãos policiais que atuam em rodovias - prima pelo faturamento. Quer dizer: não bastam os impostos arrecadados no comércio de veículos, no fabuloso IPVA, na quase desconhecida CIDA e, ainda, as péssimas condições das estradas. Quem tem um carro, por mais humilde que seja, é nas estradas do Brasil considerado um criminoso em potencial. As polícias estão estrategicamente postadas, nas rodovias estaduais, federais e até municipais, porque o objetivo maior é o faturamento. Sei que sou um sugeito a contestar, corajosamente, algo que julgo por demais criminoso. Porém: este ser solitário, por opção, só tem a curiosidade de saber onde todo o dinheiro das multas, feitas num flagrante irremediável, é investido. Frágil povo brasileiro. Bota R$ 50,00 reais de combustível para uma curta viagem e retorna com R$ 300,00 reais de multa. O que você acha disso??? O que você acha disso??? Não responde??? Pois é... Eu acho que você não me tira a razão. Mas, como todo brasileiro, humilde ou abastado, vai suportando o intolerável. Que Deus nos ilumine. (Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais n° 9610/98)

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