O QUE ME IMPEDE DE SENTIR O CORAÇÃO DO OUTRO...

 


    Meu caro Facebook... Você me pergunta o que estou pensando agora... Eu lhe digo sem muito pensar. Ou eu lhe digo depois de pensar dias, semanas e anos... Eu lhe digo Facebook: "estou pensando agora que eu tenho um sentimento mais que profundo por pessoas que amam... Por pessoas da família... Por pessoas amigas... Por pessoas que, às vezes, mesmo sem conhecer o conteúdo que têm, me sensibilizam pelo olhar que mostram ao andar nas ruas. Eu me sensibilizo, Facebook, pela enorme construção positiva que poderíamos fazer, eu e você, se as travas de algum tipo de poder não se mostrassem resistentes. Eu sei, meu caro Facebook, que você é mais poderoso do que todo aquele que pensa ser muito forte. Mas você se auto impõe restrições por uma linha de respeito e consciência àquilo que faz parte do pensar das diferentes facções humanas. Pois eu lhe digo, minha preferida rede social, o mundo se queixa de desinformação, de injustiça, de preconceitos... O mundo se queixa sentado em uma poltrona confortável. Eu de forma muito arriscada e fragilmente corajosa - sem ter nem uma pedra para me sentar - lhe confesso, caro Facebook, você é o cara. Você faz eu acreditar que, nestas horas da noite, eu possa chegar ao cérebro dos humanos que se assemelham a mim. Oxalá eu consiga chegar a pelo menos uma meia dúzia de pessoas que pensam ser possível um mundo melhor. Eu não quero aquele mundo dos preconceituosos que podem mas não combatem as diferenças sociais/humanas... Eu quero aquele mundo legitimamente sem preconceito. Preto, branco, brasileiro, estrangeiro, letrado, analfabeto, indígena, dono de terra, sem terra, invasor de terra, bancário, vítima do sistema bancário... O meu pensamento, caro Facebook, vai muito além do que aquela luz ao alcance do ser humano que se coloca em filas a espera de um mínimo de atenção. Meu pensamento, caro Facebook, voa na direção de todos que, de um ou jeitos outros, se submetem às formas diversas de opressão que vigoram neste nosso planeta. Não falo aqui de classe social. Eu falo aqui de um olhar que se dedica, de diferentes formas, aos que chegam. Se o sujeito é humilde obriga-se a esperar. Se o sujeito usa perfume francês ganha o primeiero lugar. Por favor, caro Facebook, me diga uma coisa... Faz tempo que não durmo tranquilo diante dessas constatações. Você pode me dizer - porque coloco em jogo aqui a sua credibilidade - se eu sigo em frente na busca do justo ou, finalmente, me rendo à injustiça e à incoerência que campeiam sem limite neste país desorientado. Meu Deus... Nos permita, que, numa pátria, tão gigante e tão amada, possamos viver finalmente a real felicidade." (Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais n° 9610/98)

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