Jornalismo
Poxa minha profissão
Gosto além do comum
Sei que sou apenas um
Mas me sinto multidão
Se escrevo não sinto fome
Nem a sede chega a mim
Palavras formam jardim
Que da mente nunca some
Eterniza notícia o papel
Guarda fatos a memória
Assim se registra história
Feita com mel ou com fel
A abordagem correta
Engrandece o conteúdo
É impossível ficar mudo
Mas o poder o espeta
É enorme a censura
A tudo que se escreve
Mesmo que seja breve
Pode ferir a estrutura
Liberdade... Liberdade...
Ninguém diz que a proíbe
Mas há força que inibe
E faz morrer a vontade
No palco das exibições
Você sequer é notado
Porém: é sempre cobrado
Por ânsias de projeções
A informação perfeita?
Isso é sua obrigação!
Na mais terrível tensão
Há quem faz o que se aceita
Sou do estilo destemido
Jamais acato doutrina
É assim que levo a sina
De jornalista bandido
O Correio Regional
É fruto de uma esperança
De quem desde criança
Se coloca contra o mal
Meu Brasil... Pátria amada
Torrão enorme e pujante
Diga não ao estafante
Da notícia encomendada
Confesso as decepções
E os prazeres que tenho
No ofício que desempenho
Dispenso bajulações
Basta, contudo, uma notícia
Que desagrade os patrões
Para fecharem os portões
Porque só veem malícia
Para trabalhar em imprensa
Tenha os nervos de aço
Mesmo a ginástica que faço
Nem de longe me compensa
Não! Não me arrependo
Deste caminho assumido
Sou sujeito resolvido
E vou ainda aprendendo
Você aí que censura
Ou mesmo o que se omite
Aceite este meu palpite
Vá em busca de alma pura
Jornalista que se preza
Vê o clamor da maioria
E a notícia que cria
Deve servir como reza
Jornal, rádio, televisão...
Veja tudo e analise
Imensidão de deslize
É ônus da profissão
Jornal, rádio, televisão...
Informação de verdade
Perde logo a liberdade
E pode parar na prisão.
(Francisco de Campos/diretor do Correio Regional - Todos os direitos
reservados/Lei dos Direitos Autorais n° 9610/98)
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