A paz do cafezinho
















Minha cidade... Vejo você muito agitada.
Um trânsito nervoso... Pessoas de diferentes temperamentos.
Eu olho pela janela do meu carro e vejo a mulher dirigindo.
Eu olho pela mesma janela e vejo o homem dirigindo.
Também vejo um jovem dirigindo.
É a máquina conduzida por corações de sentimentos distintos.
O impulso é avaliar comportamentos. Julgar atitudes.
Mas me sinto melhor enxergando a razão de cada um.
Você buzina porque eu demoro um pouco na sinaleira.
Você me critica por ficar em dúvida na preferencial.
Você tem razão. Eu tenho razão.
Não há pecado nesta cidade cheia de agitação.
Eu falho. Eu acerto. Você falha. Você acerta.
Mesmo assim a minha cidade é muito agitada.
Tem uma faixa de pedestre ali na frente. Você para.
Eu não me omito na admiração. Você para.
Tem aquele que não para. É... Tem aquele que não para.
Acho que falta aviso. Falta quem fale desta agitação.
Você pode me tratar de qualquer jeito. Pode me ofender.
Eu não me importo. Você faz parte desta agitação.
Você não tem o peito vazio. No peito tenho um coração.
Entenda assim meus defeitos. Entendo a sua razão.
Você não me agita. Você me sensibiliza. 
Acolho as suas atitudes. Acolha as minhas.
Assim a gente se realiza. A cidade está muito agitada.
Vamos parar para um papo. Para um cafezinho. 
A cidade está agitada demais. Um cafezinho será bom.
  
(Autor: Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais Nº 9610/98)

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