2016 - Até nunca mais...

    Dois mil e dezesseis! Vem cá. Precisamos ter uma conversa. Você foi cruel com as pessoas que habitam solo brasileiro. Você foi cruel. Por que você foi tão cruel? 
    Pois é... Eu queria tanto chamá-lo de amigo - como costumeiramente faço nos meus diálogos. Mas a sinceridade que, por uma obrigação orgânica e espiritual me é peculiar, inspira outros tratamentos. Prefiro nem lhe contar que tipo de tratamento.
    Dois mil e dezesseis! Você maltratou pessoas de todas as classes... Da menos favorecida até a mais abastada. Você colocou dificuldade no contexto empresarial. Você deixou os bancos chegarem ao ponto máximo da extorsão. Você permitiu a destituição de uma presidente para colocar um inoperante em seu lugar.
    Dois mil e dezesseis, cá entre nós, você foi cruel. O seu presidente preferido fez no Brasil uma histórica confusão. Já não sabemos se existe alguma lei em vigor. Você permitiu que mutilassem a nossa legislação. Nem mesmo os mais aptos juristas conseguem atuar sem um reestudo do que hoje "se trata como lei neste país". 
    Perdoe-me a ousadia dois mil e dezesseis... Porém: você deu a liberdade que os cretinos tanto esperavam neste país. Você enclausurou os bem-intencionados. Você desanimou por completo os menos corajosos. Você indignou os resistentes. Você será eternamente mal lembrado. Isto porque causou humilhação até a quem nasceu com a vocação do sucesso. Você frustrou quase todos os sonhos. 
    Vamos ser francos, meu caro dois mil e dezesseis, você baixou o queixo de quem nasceu para brilhar. Você foi inclemente. Só lhe dedica estima quem é tão cruel quanto você. Quem é tão confuso quanto você. Quem é tão indefinido quanto você. Quem permite tanta irresponsabilidade quanto você. 
    ESPERANÇA
    Dois mil e dezessete! Estou tentando ser precavido. Rogo-lhe, então, que nada copie do seu antecessor. Aliás... Ajude-o a justificar a troca de comando do nosso Brasil. Sei que essa é uma tarefa difícil. A gente não consegue convencer quem é teimoso. Então, dois mil e dezessete, faça com que o comandante substituto justifique a sua presença. 
    Meu caro dois mil e dezessete! Deposito em você muitas esperanças. Confio em você. Dificilmente você poderá ser tão negligente quanto o seu colega dois mil e dezesseis. Talvez ele nem tenha tanta culpa. Acontece que foi fraco e deu muita liberdade a quem não merece. 
    Meu amigo dois mil e dezessete! Preste atenção no tratamento "amigo". Quero, no outro dezembro, traçar linhas de elogio. Talvez não seja possível a máxima apologia. Será, contudo, gratificante falar que você tentou ser fiel a nossa confiança. (Autor: Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais Nº 9610/98)

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