Mãe genuína é essencial

 


Foi breve o tempo de escola,
Da minha mãezinha querida,
Que bem cedo encarou a vida,
Com rotina de desafios.
Jamais deixou montes ou rios
Barrarem o sonho de bem viver.
Também impediu de sofrer
Sua amada e grande família.
Hoje lá nas alturas ela brilha
Sempre em zelo ao meu querer.
 

Toda mãe tem esse jeito.
A minha e também a sua.
Mesmo que o lar seja a rua
Os filhos sempre sustenta.
O sofrimento ela aguenta.
Se chora vai para o escuro
Ou se esconde atrás de um muro.
Mares de lágrimas derramadas
Para que as criaturas amadas
Não tenham o viver mais duro.
 

Para a mamãe: reverência
Precisa ser um costume.
Abrace e sinta o perfume
Que nela é bem consistente.
Defenda com unha e dente
Esta mulher abnegada.
Mostre que ela é amada,
Que tem toda a sua estima,
Pois você ela ama. Ela mima.
Desde o festejar da chegada.
 

Tem coração desprendido
Este ser que nos preserva.
É o seu voto de minerva
Sempre a favor do filhote.
Dança valsa, tango e xote,
Mesmo em pleno tormento,
Para garantir o alimento
Que sustenta a sua saúde.
Sempre quis e nunca pude
Ser-lhe grato a contento.


Minha mãe hoje é estrela
Neste nosso céu gigante.
Nem sabe que fez bastante
Para a alegria dos seus.
Está lá pertinho de Deus
Rezando à sua maneira
Para minha vida faceira
Nada ter de impedimento.
Não me quer no sofrimento
Me abre toda a porteira.


Um dia imaginei mamãe
Vestida inteira pra festa.
Roupa daquela que presta
E causa boa impressão.
Mas mamãe me disse não.
Não é este meu estilo.
Meu desejo é só aquilo
Que serve a toda a família.
Esta roupa linda brilha
Mas não fico um ser tranquilo.

 
De mamãe muita saudade
Carrego em meu coração.
Sinto a ausência da sua mão
Que me dava esperança.
Jamais pensei em poupança,
Desse enorme sentimento,
Que aliviaria um relento,
Presente em meu existir.
Pensativo... Sem sorrir...
Vou contra e a favor do vento.


Os pratos simples da mãe
Pra mim eram fino banquete.
Na mesa ou em um tapete,
Na frente da televisão,
Café com leite e um pão
Matavam o meu apetite.
E certo isso... Acredite...
Eu tinha essa atitude.
Mas minha mãe na virtude
Recusava um mau palpite.


Há lugar vago em minha vida.
O afago de mamãe perdi.
Mas sou bem feliz por aqui.
Tenho amor e companhia.
Se não surge a gente cria.
Porque a natureza é rica.
Um sujeito se complica
Só quando não tem morada.
É a mamãe da minha amada
Quem hoje me paparica...



(Francisco de Campos - Todos os direitos
reservados/Lei dos Direitos Autorais n° 9610/98)


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