Precisamos de mais um candidato

    “O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira - PTB (eleito com o voto do trabalhador), foi exonerado de última hora do cargo para voltar à Câmara e reforçar os votos favoráveis à reforma trabalhista. Como amigo pessoal do ministro tentei vários contatos por telefone e não fui atendido. O ato foi registrado em uma edição extra do Diário Oficial da União publicada na tarde desta quarta-feira (26). Resta saber como vai ser a próxima campanha do Nogueira em Carazinho. Carazinhenses estão enfurecidos com o voto do deputado! Eu também!”
    Este é o conteúdo de uma postagem que o radialista Marcelo Marcos Kieling fez, dia 27 de abril de 2017, em sua página no Facebook. Como título ele utilizou: “Para mim: Ronaldo Nogueira traiu o trabalhador!”
    ESPINHO QUE RONALDO TERÁ DE ENFRENTAR
    Corajoso posicionamento do radialista Marcelo Marcos Kieling. Com esse precioso gancho ousamos dizer que Carazinho deve e precisa organizar o lançamento de mais um candidato à Câmara dos Deputados. Talvez o petebista Ronaldo Nogueira venha, sim, a ter sérias dificuldades para se reeleger. Não somente eleitores de Carazinho poderão mostrar fúria... É evidente que, em todas as partes do Rio Grande do Sul, há trabalhadores e, portanto, eleitores que não estão satisfeitos com a reforma trabalhista ocorrida até como fruto de esforços feitos por Ronaldo Nogueira.
    É! O ministro do trabalho Ronaldo Nogueira percorreu o Brasil afirmando: “Não vou trair os trabalhadores”. O problema é que os trabalhadores estão se considerando traídos. Pelo menos 100% dos trabalhadores com quem temos condições de conversar. Pode ser que alguns - contrariando inclusive o entendimento do radialista Marcelo Marcos Kieling - possam estar satisfeitos e, sem sintonia com a aparente maioria, queiram Ronaldo Nogueira mais um período na Câmara dos Deputados. Tudo é possível. Até acreditamos no êxito eleitoral do agora ex-ministro do trabalho.
    É PRECISO TER DOIS DEPUTADOS EM BRASÍLIA
    Ronaldo Nogueira (PTB) se elegeu deputado federal, em 2014, com 77.017 votos (9.212 em Carazinho). Márcio Biolchi (PMDB) obteve votação bem superior: 119.190 (16.145 em Carazinho). A lógica diz que Márcio Biolchi (bastante prestigiado no governo estadual) conseguirá elevar a votação nas eleições deste ano. Já Ronaldo Nogueira terá que suar muito a camisa - e colocar um forte pelotão de cabos eleitorais em todo o Rio Grande do Sul - para tentar repetir a votação. A sua passagem pelo Ministério do Trabalho, como um dos homens de confiança do presidente Michel Temer, ao invés de somar vai subtrair. Por isso é vital que Carazinho pense, logo, em um terceiro candidato. O município, ora com grande esperança de progresso, não pode renunciar ao privilégio de ter dois deputados em Brasília.
    COMO IRÁ SE COMPORTAR O TOMATE?
    Em Carazinho Ronaldo Nogueira precisa contar com apoio e trabalho do petebista Ivomar de Andrade (Tomate), que tem cadeira na Câmara de Vereadores, graças à desventura de Clayton Pereira, cassado por uso indevido de recursos numa viagem a Porto Alegre. Não é, porém, um costume do Tomate comprar casa incendiando. O vereador correligionário de Ronaldo Nogueira precisa dar explicação aos milhares de associados do sindicato que preside. Sim! Precisa respeitar o raciocínio dos trabalhadores do comércio de Carazinho e de outros municípios da região. E disso não vai renunciar.
    É relevante lembrar que, no mural existente na sede do Sindicato dos Comerciários de Carazinho, logo após a aprovação da reforma trabalhista com posicionamento favorável de Ronaldo Nogueira, houve um explícito protesto. Até o Tomate reagiu de forma contundente... Desfiliou-se do PTB e, mesmo nas condições de suplente de vereador, expressou a vontade de ficar em linha de independência. Voltou atrás, pouco tempo depois, porque ficou sabendo que receberia, de bandeja, a cadeira pertencente a Clayton Pereira.
    O TEMPO É CURTO PARA CONVENCER
    Ronaldo Nogueira vem transitando, pelo Rio Grande do Sul, com aparente tranquilidade. É verdade que tem uma nada modesta ficha de serviços prestados ao nosso estado... Ao município de Carazinho de forma especial. Não mais do que Márcio Biolchi... Mas tem se dedicado... Canalizado atenções e recursos para a sua terra de origem - onde começou a carreira política como vereador (quatro mandatos) e, depois, ganhou cargos no governo de Yeda Crusius, com a alegria de, mais tarde, chegar à Câmara dos Deputados. Precisa ter em mente, contudo, que outros candidatos, mesmo de regiões distantes de Carazinho, na luta pelo voto, não pouparão críticas à sua trajetória de ministro e, muito menos, ao seu posicionamento quando da votação da reforma trabalhista.
    O ex-ministro tem boa base religiosa e, certamente, terá o precioso impulso da fé. É certo, no entanto, que precisará se esforçar de maneira incomum para justificar, perante a classe trabalhadora, o fato de ter sido homem de confiança de Michel Temer na votação da reforma trabalhista. Desejamos que tenha a melhor sorte.


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