Eu e a máquina


















Olá meu querido amigo...
Perdoe a perturbação.
Mas preciso lhe dizer:
Quero estar na sua mão.

Dê um tempo a essa máquina
Que impede a contemplação
De um mundo cheio de cores.
Quero estar na sua mão.

Com o toque de seus dedos.
Folheia-me em plena ternura.
Prometo que vai viver
A mais alegre aventura.

Quero estar na sua mão.
Depois me deixa em um canto.
Mas conheça a minha história.
Sou só folha e não espanto.

Sou sujeito compreensivo.
Não quero todo seu dia.
Reparta com minhas folhas
A máquina que contagia.

Vivo quieto em prateleira
Sem carregar bateria.
Nem o acompanho nas ruas.
Não gosto de correria.

Sou caseiro... Sou quieto...
Você só me busca se quer.
Dedilha a sua máquina...
Mas vem sempre que puder.

Por este mundo afora
Onde a cultura se esconde
Se for meu amigo fiel
Não mais pergunta... Responde.

(Autor: Francisco de Campos/Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)

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