Bandeirada do tempo


Sorriso, abraço e gestos outros de amizade.
É bem visível o autêntico na oferta de carinho.
Mesmo a criança rejeita abraço desprovido de afeto.
Finjo que acredito no amor que você declara.
Os tempos que eu almejava mais já se foram.
Hoje nem inteiro esse amor me faz falta.
Imagine então o que penso das suas migalhas.

A esperteza com fantasia de amor e saudade.
É você que vem, depois de um tempo, saciar desejos.
Eu nada perco ao dar-lhe o especial que posso.
Seu desamor teimoso retribuo com o melhor de mim.
É bom estar certo de que meu amor não morre.
Mesmo que os maus tratos insistam em querer mata-lo.
Sofrer me fez criar músculo extra no coração.

Estou ciente do seu papel no palco.
Mas o que um dia senti ainda é intocável.
Você é ligado a mim pelo que corre nas veias.
Sou a você ligado por perene carinho.
Sonhei longos anos por retribuição à altura.
Até que se aplacou minha inquietude.
Hoje sou feliz quando me traz a sua encenação.

A vida anda por cidades, estradas e campos.
O tempo a merecer primeiro lugar no pódio.
Sei que vai existir a hora da bandeirada.
Prefiro crer que esta corrida não terá chegada.
Não posso barrar a sua vocação.
Penso não merecer mais que encenação.
E assim vivo contendo os meus rios de lágrimas.


(Autor: Francisco de Campos - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais Nº 9610/98)

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